quinta-feira, 16 de julho de 2015

VIVO, LOGO MORREREI


Pelo que leio hoje em dia, a carne vermelha mata, o leite e seus derivados matam, a farinha de trigo mata, o açúcar mata, o sal mata, as gorduras matam, os refrigerantes matam, enfim tudo o que se comia e que sempre se comeu em nossas famílias, calma e tranquilamente, hoje mata.
Triste isso. As pessoas se comprazem em te dizer que o que você usa para alimentar seu corpo é ruim, mortal e venenoso.
Na minha humilde opinião, o que realmente mata são os excessos, as compulsões, os vícios por assim dizer. O que mata é carne demais, gordura demais, inveja demais, rancor demais. Assim como alface demais e ovo e café; remédios e chá demais. Até sexo demais acho que mata! Mais curioso ainda é que ninguém fala do álcool, ninguém. Álcool demais, para todos em todo lugar todo o tempo... Esse assassino que muito antes de matar o usuário, mata os relacionamentos, as famílias.
Sempre é conveniente lembrar que o mal não é o que entra pela boca, mas o que sai dela. As palavras rancorosas, as ofensas ditas de boca cheia que atingem as maiores fragilidades das pessoas. Vocês, que usam sua sagacidade e inteligência, tão graciosamente recebidas de Deus para proferir palavras e julgamentos que magoam os mais frágeis, os mais igênuos, os idosos e crianças, os puros de coração.
Aí está o mal. Aquilo que nos mata é o desamor, a prepotência e arrogância, a certeza de ser melhor e mais sábio que todos os outros seres viventes neste planetinha azul. Isso, com certeza, nos matará muito mais rápido que as impurezas que talvez nós consumamos como partícipes da cadeia alimentar que todos somos.
O alimento espiritual : a boa leitura, a boa música, o bom conselho. Até um bom jejum ou abstinência, vez ou outra. Um diálogo proveitoso. O estudo da fé, da sociologia, da filosofia e das religiões... o culto ao silêncio, às orações e à caridade, estes sim alimentos que posso garantir sejam saudáveis para qualquer pessoa, de qualquer idade, cultura ou região do mundo em que viva. Com nossos espíritos fortalecidos acredito que não veremos acréscimo algum em maldizer ninguém e nem os seus hábitos ou costumes , ao contrário nos sentiremos felizes em desejar que todos sejam plenamente saudáveis e plenamente saciados em suas necessidades fisiológicas e espirituais e que busquem para si, dentro dos seus valores, o melhor amor, o melhor amigo, o melhor alimento e a melhor das vidas.

(Como sempre diz o meu marido, repetindo um autor famoso, o importante não é como se morre e sim como se vive).



FERNANDA BEGA.

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