domingo, 31 de janeiro de 2010

Relacionamentos

É curioso que as pessoas, tendo tantos defeitos, procurem por um relacionamento perfeito.
A humanidade e sua história são marcadas muito mais pelos seus erros do que por suas virtudes. Todos temos qualidades, é verdade. Mas a maioria de nós pessoas normais têm defeitos na proporção de 3 para 1.
Outro dia estava refletindo sobre o fascínio que o Dr House, personagem da serie de TV, exerce nas pessoas... Ele é egocêntrico, cético, cínico, prepotente, irônico, malicioso, ciumento, possessivo, chato, irritante, desrespeitoso, etcetera e eu poderia continuar até a página 2 enumerando defeitos que todos concordariam. Por quê então os fãs da série, eu inclusive, são apaixonados pelo cara?
Simples, porque nos parecemos com ele.
Quando o doutor é ciumento, tenho pena dele porque sou ciumenta e conheço a dor desse sentimento-defeito. Outras pessoas devem se ver nele também como eu e ter compaixão porque é o que gstaríamos que sentissem por nós quando erramos, pecamos, enfim quando agimos com toda fragilidade da natureza humana.
O Dr House é um solitário porque apesar de todos os seu defeitos, ele é dono de uma inteligencia superior que lhe dá a ciência da sua incapacidade de se relacionar. Ele mesmo não se suporta e acha impossível “conviver sozinho”.
Somos todos chatos e difíceis, uns tímidos outros prepotentes, mas queremos amar e ser amados, ora vejam! Queremos dormir e acordar com alguém e que haja sempre sorrisos e cortesia nessa relação. Queremos companheiros, parceiros, amantes, amigos e que a vida em comum seja duradoura.
Mas será que nós amanhecemos sorrindo sempre? Será que somos rotineiramente apaixonados e cordiais?
Nada disso. Não há perfeição entre seres imperfeitos. Ponto final.
Mas há dois pontos, virgulas, parênteses, e muitas travessões para que nos conheçamos e saibamos aquela qualidade do outro que faz desaparecer 3.000 defeitos. Não deixe de admirar quem você ama ou matará o amor esse momento.
Vi uma reportagem onde o ex-marido doou um rim para a ex-esposa e ele disse: temos 3 filhos que precisam muito dela. E eu me perguntei: qual terá sido a bobagem que separou esses dois? Você já pensou sobre isso?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os Homens da minha vida



Desde bem pequena me vi encantada com os homens...tá, normal, eu sou mulher, mas era apenas uma menininha antes. Nasci numa família com um pai e 3 irmãos mais velhos que já centralizavam toda a atenção de minha mãe e de minha irmã, 10 anos mais velha que eu. Logo, eram também as minhas paixões! Cresci cercada por suas brincadeiras, proteção e sedução, enfim pelo universo masculino. Papai era esperado a semana toda, pois em função do trabalho só passava conosco os finais de semana. Era, então, um presente aguardado ansiosamente a sua presença. Os meninos, meus irmãos, eram tudo: meus exemplos, meu tormento (rs), meus companheiros, meus professores, meus amores. Neste tempo, onde minha casa e seu quintal eram meu mundo, o amor que eu tinha já era grande demais para caber ali. Não podia haver nada mais importante do que aquela família e aquelas pessoas para mim. Ganhei mais uma irmãzinha aos quatro anos e um irmão aos dez. Família completa. Parecia que havia chegado ao limite do amor: era mimada por todos e mimava a todos; uma infância cheia de carinho e fantasia. Eu cresci, o quintal diminuiu e o mundo cresceu. Não cabíamos mais em um único carro para viajar e mesmo meu pai conseguindo dois carros, meus irmãos mais velhos já não achavam graça em viajarmos todos juntos... foi um momento difícil para mim: me confrontar com a idéia de que a família podia um dia se espalhar pelo mundo; que muitas famílias se “espalham” e se perdem. Tão certo quanto crescer foi me apaixonar. Vivi a adolescência amando loucamente. Alguns amores mais tarde, conheci meu namorado-noivo-marido. Desde o dia em que nos conhecemos fomos muito amigos e nos apaixonamos vagarosamente, na convivência dessa amizade. Novamente, pensei que não haveria amor maior que esse no meu coração! Mas quando nasceu meu primeiro filho e olhei pra carinha dele, aí sim o mundo estava imenso e eu perdida dentro dele segurando todo o amor do mundo nos braços...achei que não conseguiria ser tudo que minha mãe foi pra mim, tive medo, tive coragem, chorei, ri, mergulhei dentro de uma viagem interior onde a mulher descobre a mãe e o poder de crer para viver. Estava formada a minha própria família: crescei-vos e multiplicai-vos. Obedecemos. Tive medo de ter outro filho e não haver tanto amor no meu coração mas que nada! Eu tinha um principezinho e nasceu o reizinho do pedaço, um sedutor que apaixonou eu, o pai e o irmão no ato, virou o xodó da casa, dos tios e dos avós. Homens, homens e mais homens na minha vida ... adoráveis! Agora o destino vem comprovar a minha vocação para com os “homens”: ganhei um neto, o Lucas – nossa paixão coletiva - e vou ganhar outro, mais um homenzinho para eu me apaixonar perdidamente...com olhinhos de Rafael e boquinha de Nicoli ou vice-versa, ele será uma combinação perfeita de tudo que é lindo e amável, doce e generoso, inteligente e criativo. Querido molequinho, venha com saúde... Venha confirmar que o amor é a única fonte inesgotável...ilimitada, incansável e renovável. Seja abençoado com saúde, graça, beleza, alegria, inteligência, bondade, doçura e tudo que pedimos a Deus por você desde que soubemos da sua existência... mas eu quero mesmo que você se pareça com seu pai e com sua mãe porque isso fará de você alguém muito especial. Te amamos.
Vovó.
Sampa, 21/01/2010.