domingo, 30 de dezembro de 2012

CASAR OU COMPRAR UMA BICICLETA?



Meu sobrinho Daniel Uemura diz que o papa é contra o segundo casamento porque nunca se casou, se tivesse casado seria contra o primeiro... Piadas à parte, o casamento não é nada fácil mesmo.
Já ouviram falar dos doze trabalhos e Hércules? Pois é, casar é mais ou menos isso só que doze é só o começo.
A má fama do casamento atualmente seria bem menor se pessoas sem nenhuma aptidão para a coisa não inventassem de investir nela. É preciso vocação, gente.
Não basta se apaixonar, não. Está apaixonado? Vai namorar, ficar que isso é que nem gripe, passa.
Antes de trocar alianças e sobrenomes, as pessoas se casam no olhar, nas idéias, nos gestos, na vontade de estar juntos, na impossibilidade de dizer tchau no fim do dia. Esses são sinais de que existe uma vocação.
Quando eu namorava, minha mãe tentou estipular dias da semana para que eu e o Edu nos encontrássemos. Não deu certo. A gente se via na terça, na quinta e no sábado como ela queria e dávamos um jeito de nos encontrarmos escondido na segunda, na quarta , sexta e domingo. Mamãe desistiu do bom propósito. Muitas vezes quando nos chamava para comer, dizia “amor não alimenta, não”. Nós dois demos trabalho pra ela, coitada.
Nunca queríamos nos separar; ir embora no fim de um dia era um tormento. Quando nossas atividades começaram a tomar demais nosso tempo, fazíamos coisas idiotas para estarmos juntos, às vezes, por dez minutos ou nem isso. Quando o Eduardo era motoqueiro, aos 18 anos, trabalhava e fazia cursinho pré- vestibular a noite. Ele passava na porta de casa depois do cursinho, tipo 23:30h e buzinava a moto e eu ficava acordada, todo santo dia esperando, na janela, apesar da minha mãe não deixar que eu saísse nem no portão a essa hora! Eu olhava pelo vidro, acendia a luz, jogava um beijo e então ia dormir feliz. E não tínhamos celular nesta época para ligações intermináveis ou mensagens...
Nós nos encontrávamos na estação do metrô entre um compromisso e outro e os minutos eram preciosos; palavras de incentivo, de carinho, troca de idéias, conselhos, decisões sempre conjuntas desde o comecinho. Quando resolvemos que ficaríamos noivos foi tão maravilhoso, mas logo veio um balde de água fria. O Eduardo comprou as alianças porque estava num bom emprego e podíamos vislumbrar algumas possibilidades; no entanto ele entrou na FATEC e descobriu que lá teria aulas aos sábados e como trabalhava aos sábados também tivemos que escolher entre o emprego e a faculdade. Escolhemos a faculdade, ele pediu demissão e escondemos as alianças na caixinha por mais um longo ano; sonho adiado de comum acordo que apenas nos uniu mais, apesar da tristeza momentânea. Essa escolha seria só dele mas ele já não pensava assim, não pensava “eu”, pensava “nós”.
Eu diria que algumas pessoas não nasceram mesmo para isso, sem problema algum, nem são melhores ou piores que as outras por isso. Poderiam apenas não se casar.
Imagino que pessoas que não conseguem usar os pronomes “nosso, nossos” devam ficar alertas (e os seus parceiros mais ainda). No casamento, tudo é nosso. Nossa casa, nossas dívidas, nossos problemas, nossos filhos, nossas férias! Boas ou ruins, as coisas pertencem aos dois.
Na própria cerimônia religiosa de casamentos, os padres/ pastores ou outro celebrante fazem perguntas bem contundentes e pedem promessas complicadas, se a vontade é de responder: mais ou menos ou talvez; desista aí porque a coisa é bem mais séria que isso. Ali, no altar, são só palavras. Na vida serão atos, gestos, concessões. Espera. Esperar que o amor fale mais alto nos momentos em que o entendimento dos dois apontar para lados opostos. Esperar a hora certa para falar, mas não desistir de dialogar. E assim viver a vida a dois, dois em um; ser um indivíduo que faz parte de um casal é quase um ecossistema em delicado equilíbrio baseado em confiança, respeito, amor, fidelidade, admiração e amizade.
Acho que por isso a benção de Deus seja bem vinda às uniões porque creditar tamanha riqueza unicamente em nossa humana capacidade de gerir as coisas é temerário... Bom mesmo é poder crer que Deus olha para os casais que abençoou e coloca suas mãos sobre as crises que com certeza virão.














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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Desembrulhe o Menino Jesus e sorria!

Amigos:

Todo ano quando vai chegando o natal, eu penso "nossa, já acabou o ano", "que desânimo para essa coisa de festas, que trabalheira, que mesmice"... Então, o mês de dezembro vai passando, as propagandas aparecem na TV e nas rádios; as vitrines se enchem de bolas e as casas de luzes e eu penso " que trânsito infernal tem em dezembro, como paulistano adora shoppings e filas"!
Mas, a verdade é que hoje, dia 13 de dezembro, eu já estou bem menos rabujenta e propensa a olhar vitrines e fazer pacotes lindos. O espírito do natal vai me pegando sempre de mansinho e, todo ano, acho que nem estou ligando... quando pego a cestinha do meu menino-Jesus e desembrulho do papel de seda para colocá-lo na estante da sala, aí o natal me pega e "me desembrulha" das minhas rabujices: penso em todos os bercinhos de bebês no mundo inteiro e na esperança que foi o nascimento de JESUS para a humanidade! Sorrio com os meus botões, pois eu nunca duvidei de que existe mesmo um espírito, um anjo que nos sopra e nos arrebata, ainda que aos poucos, nessa época do ano. E, então, eu resolvi dividir com vocês este meu segredo, que pode até não acontecer só comigo... E desejar que chegue, também para cada um o dia de "desembrulhar" o menino na manjedoura e ver nos olhos de tinta D'Ele a verdade do amor de Deus por suas criaturas porque neste momento, você pode até disfarçar e sorrir baixinho ou gritar bem alto: NÃO É QUE EU ADOROOOO O NATAL!!!?
Boas festas com amor,


Fernanda Bega.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MARIA



Maria é um nome comum
No mundo inteiro são tantas
Em cada língua, algo as diferencia
São mulheres, não são santas,
porém cada uma é Maria.

Dizem que seus pais são religiosos,
que lhes falta imaginação,
que são simples ou são pobres
o certo é que em todos os povos
centenas de milhares elas são

Tenho uma irmã que é Maria
e reclama com propriedade...
Quisera chamar-se Vanessa, Karina ou Gabriela
Raquel, Luana ou Sofia, mas é somente Maria...
Não reclama com maldade!

Seu segundo nome não ajuda,
pois carece explicação.
Podia ser Rita, Rosa ou Tereza, mas é Imaculada,
que de Maria I. ficou o sonoro Mi: solução com sutileza.

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Prá explicar Imaculada, só criando outra estrofe:
sem mácula, pura, inocente...
Assim diz o Aurélio e já que quebrei a métrica,
nem vou procurar a rima!
Fica a questão encerrada
prá rimar com Imaculada.

Porém, contudo, entretanto,
em tempos de fim de milênio
no qual as pessoas têm fome
e fé em pedras,cartas e amuletos,
Por que não acreditar num nome?

Eu,com certeza, acredito: ela tem algo a seu favor
Se existir “aquele dia”, o dia do nosso Juízo,
na chamada pelo nome; quando Maria for dito,
vai trazer linda lembrança,
vai provocar um sorriso
no rosto de Nosso Senhor!

Fernanda Bega.