domingo, 19 de agosto de 2012

A vida não deve ser uma sequência de dias iguais e sem graça



As relações humanas dependem de um difícil equilíbrio para darem certo. É preciso dosar muito bem coisas como presença e ausência, falar e ouvir, avançar fronteiras ou permanecer a uma distância segura, enfim difícil demais e delicado porque pequenos erros geram grandes conseqüências.
É como estar numa gangorra, os pesos se equilibram e as duas pessoas se divertem, mas se uma pesa mais e se importa menos com a diversão do outro do que com seu poder, a outra pessoa fica presa no alto, num misto de medo e ansiedade, dependendo de um gesto de solidariedade que a impulsione de volta à brincadeira ou à segurança do chão sob os pés.
Isso acontece com amigos, irmãos, pais e filhos, num namoro ou casamento... você tem que estar ali presente de verdade, inteiro, tem que olhar pro outro, escutá-lo, às vezes só pegar na mão e ficar quieto.
Basta um mês deixando pra lá, tocando a vida como uma sequência de dias iguais e sem graça para colocar em risco toda uma história de amor ou amizade! Não deixe os dias se amontoarem feito roupa suja num canto, sem um único gesto que traga alegria para você ou os outros!
Eu gosto de elogio e carinho, gosto de toque, de abraço e beijo. Gosto de riso alto, de surpresas e de que adivinhem meus pensamentos. Gosto de ser amada porque sempre fui muito amada! Faço, então, para os outros o que gostaria que fizessem por mim. Mesmo agindo assim, cometo erros: falo demais, às vezes, ouço de menos... Também me distraio com as ocupações intermináveis da vida que só sobrecarregam e tomam nosso precioso tempo.
Tempo, tempo, tempo, tempo... já dizia Caetano. O tempo não é um detalhe, ele é soberano. Mas os detalhes são tudo numa relação e custam pouco. Pouco tempo, pouco esforço. Um olhar, um sorriso, um elogio rápido e sincero. Todos precisam, todos querem. Poucos sabem dar!


Fernanda Bega