quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mantras de Mãe

Quando eu era pequena, morava numa rua bastante movimentada e perigosa. Não me lembro de uma única vez em que eu ou meus irmãos fôssemos sair que minha mãe não dissesse: _ cuidado com a rua, olhe pros dois lados!

Todas as mães tem um arsenal de frases (leve o agasalho, não fique sem comer, volte cedo) que elas repetem para nós, dia após dia, e que a gente se irrita, acha que já ouviu demais e que as palavras entram por um ouvido e saem pelo outro...

Hoje, eu olho minha nora falando com meu netinho de 1 ano e vejo, nos olhinhos atentos dele que aquela voz é a única no mundo pra ele: ela alerta, incentiva, elogia,canta, repreende, explica; é a voz da consciência, da sabedoria, a voz do amor.

Minha mãe, quando gritava, às vezes lá de seus afazeres, "cuidado com a rua", era quase um mantra, ela tinha que fazer aquilo. Era pra gente, mas era também para que Deus ouvisse; era um toque imperativo de mãe dizendo aos anjos "não posso olhá-los agora, cuide deles por mim". Nos dias atuais, provavelmente, dir-se-ia que minha mãe tem TOC ( transtorno obsessivo compulsivo). Eu digo que ela tinha e tem intuição, sabedoria, cumplicidade com Deus.

Tantas vezes, mãe, eu estava correndo para a rua com os pés no chão e a cabeça na lua e o seu alerta me trazia de volta e a atenção se voltava para a rua, os perigos, freei muitas vezes na beira da calçada com seu alerta, obrigada.

Mamãe tem 82 anos e sete filhos com as seguintes idades: 62,60,58,57,50,46 e 40...todos vivos e bem criados; sei que ela olha pra nós e tem orgulho e não tem culpas por ter deixado de dizer ou fazer, por omissão.

Com os filhos adultos, a gente tantas vezes quer dizer tudo e se cala. O bom senso diz: ele é maior de idade. O amor diz: ele é seu filhinho... Cuidem-se, meus amores! Olhem para os dois lados ao atravessar uma rua, não se exponham a riscos desnecessários, alimentem-se bem, não bebam antes de dirigir , conservem suas vidas como o tesouro que elas realmente são. E saibam que quando eu não falo nada, já pensei, já pedi, já tive meu particular com Deus e aquietei meu coração para quem eternamente vocês serão responsabilidade minha.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Desejos

Hoje, eu queria ser bonita como Ana Paula Arósio, inteligente como a Marília Gabriela, magra como a Gisele e jovem como a Isis Valverde. Queria ter o poder da Dilma e a bondade da Madre Tereza! Queria muito rir como a Hebe Camargo e fazer rir como a lady Kate do Zorra Total. Eu queria ser muito rica...rica como a Oprah e talentosa como Beyonce, enfim eu queria ter tudo, ser tudo.

Mas eu sei que a Ana Paula Arósio já se sentiu feia, a Marília, burra e a Gisele já se viu "gorda". Tenho certeza de que a Dilma já esteve presa e oprimida e Madre Tereza, bem, essa é Santa, não vale! A Hebe já chorou e a Katiuscia, lady Kate nem sempre teve "pagando"...A Oprah teve uma infância térrível e a Beyonce não se cansa de mostrar suas fragilidades quando pergunta: "por que eu?

Então, eu sou o que sou e tenho o que lutei para ter ou o que recebi de bençãos de Deus ( e foram muitas). Já fui jovem e bonita e nem tinha consciencia disso.

Estou viva e preciso estar para cuidar das pessoas, dos amores, das almas que me foram confiadas. Deus confiou em mim e eu confio em Deus.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Livrai-nos do mal, amém.

As pessoas são as maiores inimigas delas mesmas. A maior batalha que travamos pela vida afora é a de domar nossos próprios bichos! Ofendemos e magoamos as pessoas que mais amamos, as que nunca saem do nosso lado e estão ali, vítimas fáceis na hora que perdemos nosso controle, nossa classe... Conheço pessoas belíssimas, meigas, gentis que foram testadas no extremo de sua paciência. Já vi anjos endemoniados! Momentos imperdoáveis de total humanidade quando todos nos igualamos na nossa condição de pecadores, de simplesmente falíveis. É verdade que tem gente que já é assim sem provações, sem motivos.

Entretanto, é triste quando a vida apresenta obstáculos demais para uma pessoa só. Hoje, estou rezando por essas pessoas...por mim, talvez. Por todos que não merecem sentir raiva, indignação, ódio, inveja, menosprezo que são sentimentos que não nos fortalecem, que envenenam nosso corpo físico e enfraquecem nosso espírito. Peço a Deus serenidade e luz para os enfurecidos, força para os humilhados e preteridos, coragem para os submetidos às provações e proteção para os frágeis de espírito! Senhor dai-nos o amor fundamental para superarmos a própria fraqueza humana porque só o amor verdadeiro nos faz melhores e mais capazes de atos dignos de uma santidade que certamente não temos.

Amém!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Integra da entrevista ao IG - Pauta enviada pela repórter Larissa Januario

Vamos a pauta.

Respostas:

Como vcs se conheceram?
Eu conheci meu namorado e futuro marido no Colégio Albino César do Tucuruvi. Em 1975 entrei neste colégio novo para mim para cursar a antiga oitava série. O Eduardo já era aluno lá e bastante popular, diga-se de passagem. Mas só em 1976, no primeiro colegial fomos para a mesma classe e fizemos uma amizade desde o primeiro dia de aula. O namoro só veio a acontecer em agosto desse ano.


Que idade vocês tinham?

Eu completei quinze anos em março de 1976 e o Eduardo tinha 16 e fez 17 em Novembro de 76 quando já éramos namorados.

Há quanto tempo estão juntos?

Bem, de namoro são 35 anos. De casamento são 28 anos.

Como foi a decisão de casar?
A decisão de casar surgiu no momento em que começamos a namorar, rs. O Eduardo era um rapaz diferente dos outros: como ele era muito cobiçado na escola eu pedi a ele que namorássemos escondido por um tempo porque já previa "contra-ataques" das colegas do colégio. Ele concordou contrariado e não falava em outra coisa a não ser em abrir o jogo e até em falar com meus pais. Uma semana depois, ele foi em casa e falou com meu pai quase que sozinho porque eu estava morrendo de medo.
Desde sempre fizemos planos, marcamos e remarcamos o noivado por causa de faculdade e empregos que não nos permitiam apressar as decisões. As alianças foram confeccionadas quase um ano antes de conseguirmos ficar noivos!
Ficamos noivos em Junho de 1981, no dia de Santo Antonio pq nós dois queríamos uma forcinha do santo. Compramos os móveis básicos, eu me formei em 1982 e casei em 1983 ( na verdade, voltei da lua de mel para a festa de colação de grau). Ele ainda estudou mais 1 ano e meio depois de casados.

Qual foi o momento mais difícil de vocês?

Passamos como todos os casais momentos difíceis, desempregos, problemas financeiros, mas acho que meu marido vai concordar que o pior foi a doença do meu caçula aos cinco meses de idade. Ele precisou de uma cirurgia de emergência e nós nem tinhamos convênio médico. Já tínhamos um filhinho de 3 aninhos quando o segundo ficou gravemente doente. No momento de socorre-lo falamos que era para fazer o atendimento todo particular porque não confiávamos no SUS e tivemos que deixar um cheque caução no hospital que já era sem fundo nenhum... foi tudo um filme de horror porque éramos muito jovens e tudo vinha tão perfeito em nossas vidas até aquele momento. Mas graças a Deus, o nosso Gabrielzinho teve um atendimento de primeira e na hora de pagar as contas meu marido saiu do hospital e vendeu nosso carrinho, um Chevette branco que não cobriu tudo mas liberou a alta do menino porque queriam nos "segurar" no hospital devido ao tamanho da conta.

E o mais feliz?

Esta me parece ser a pergunta mais difícil, rs. Espero que o mais feliz esteja por acontecer senão ia achar que já vivi tudo, né? Mas, eu posso relacionar os meus momentos mais felizes: o ante-primeiro beijo (que foi melhor que o primeiro), o dia do noivado, o dia do casamento, o dia que peguei nas mãos o resultado do exame de gravidez dos dois filhos, o nascimento dos meninos, a compra do primeiro apartamento, a compra da casa em que moramos hoje, o casamento do meu filho mais velho foi inesquecível e agora já tenho o nascimento de dois netinhos para computar. Nem sei escolher...

Você não sentiu nenhuma vez nehuma pontinha de arrependimento de não ter tido outros relacionamentos?
Na verdade, tivemos uma juventude normal. Conhecemos muita gente e você, mesmo comprometida, fica sempre comparando. Eu fiz uma faculdade, ele outra e tivemos muitas oportunidades de mudar de idéia, mas, falo por mim, tenho certeza que fiz a melhor escolha. Meu marido nunca foi um "moleque" eu tive a honra de conhecer um homem de 16 anos que se transformou numa pessoa muito melhor com o tempo porque é muito inteligente e justo.

Vocês sempre estiveram apaixonados?

Estar apaixonada é um estado lindo mas nunca é constante... a vida tem altos e baixos e se você não admira muito a pessoa que está a seu lado, a paixão vai embora. Eu fui a melhor amiga do meu marido antes de começarmos a namorar, ainda hoje somos grandes amigos e isso já é um grande ponto a nosso favor. Eu olho pra ele e consigo ver o menino que me encantou, sei porque me apaixonei e sei porque me casei. Hoje sei que meus filhos são dois homens maravilhosos muito pelo exemplo dele, então me apaixono de novo e de novo.

Como você descreveria sua história de amor?

Precisa mais do que tudo que contei? Eu diria que fomos obstinados em nosso amor, brigamos por ele com adultos quando éramos duas crianças e provamos que era real. Defendemos um ao outro e a nossa família com unhas e dentes. Nós fomos testados, sofremos também como todo mundo, discutimos, brigamos, mas o amor e o nosso compromisso é para a vida toda. Eu sei que ele está ali do meu lado e ele sabe que estou com ele.

Nomes:
Eduardo Bega 51 anos, tecnólogo formado pela Fatec e hoje microempresário do ramo de informática.
Fernanda de Z. e Silva Bega, 50 anos, formada em Comunicação Social pela FIAM e hoje microempresária. Trabalhamos na mesma empresa que construimos juntos em 1998, a TOPSYS Computadores e Eletronica Ltda.
Filhos: Rafael S. Bega 27 anos e Gabriel S. Bega 24 anos. Tenho uma nora, Nicoli P. Bega e dois netinhos, um de cada filho, Lucas e Miguel.







Fernanda Bega