quarta-feira, 2 de março de 2016

OUTRA PESSOA

Tantas vezes eu queria ser outra pessoa
Nem sei quem, só não ser eu, esta mesmice
Uma pessoa qualquer de quem eu não soubesse nada, má ou boa
Sem minhas limitações, fraquezas, erros... outras sandices

Queria um mundo de possibilidades
Por existir em alguém não previsível
Queria ver de perto outras verdades
Ser forte, audaz ou louca e insensível

Minhas margens parecem definidas
À superfície todo mundo me conhece
Quão profundas serão minhas medidas?
Qual valor Deus vê nas minhas preces?

Loucos são os que ninguém compreende
Normais são os que camuflam bem sua loucura
Eu sou essa que pareço facilmente
E outra, ou outras que não têm fácil leitura.

Tantas vezes eu queria ser outra pessoa,
Nem sei quem, só não ser eu, esta tão óbvia
Alguém radiante, curiosa, instigante e boa
De alma extrovertida e não tão sóbria.

Alguém que não sentisse dor só de existir
Alguém que não chorasse facilmente
Que tivesse força e garra pra sorrir
Que caísse, levantasse e fosse em frente.

Fernanda Bega





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