quarta-feira, 4 de abril de 2012
JORNADA COM O MIGUEL
Todas as manhãs, a gente pega a mãozinha do meu netinho Miguel e sai para uma volta no quarteirão do bairro. Ele sobe nos degraus, corre atrás das pombinhas, cumprimenta as pessoas, mexe com os cachorros, se encanta com os caminhões enormes e se assusta com o barulho das motos... Eu e a mãe dele vamos devagar e observando. Paramos no semáforo para atravessar e ele aperta o botão do sinal de pedestre e fica olhando o homenzinho verde se acender como a mãe dele alerta que deve ser. Então, paramos na loja de brinquedos e ele fica maravilhado, fala pelos cotovelos reconhecendo os personagens dos filmes e desenhos, aperta botões, imita os ruídos e grita: _ Olha, mãe! Olha, vovó!
A gente sai desta loja e segue mais um pouco a pé... paramos na papelaria, onde tem mais brinquedos e livros, e revistas e lápis coloridos. Tudo merece a atenção dele e sua curiosidade. Na maioria das vezes, nem compramos nada ou compramos uma revistinha, uns lápis de cera, não importa mesmo. Ele volta feliz.
Fazemos o curto caminho de volta com a mesma atenção aos detalhes e esse pequeno passeio vira uma grande jornada. Quando chegamos na porta da empresa em que trabalhamos, ele grita de alegria: cheguei! (parece que saímos há anos). E quer apertar o botão do interfone e sobe a escada contando os degraus.
Eu aprendo muitas coisas todos os dias com ele. Fico pensando na nossa desatenção a tudo; porque o nosso olhar muda tanto? Tudo bem que nada mais é novidade na vida adulta... mas acredito que no momento em que você deixa de “olhar” para a vida, você começa a deixar de aprender e isso é sério.
A gente não se encanta, não se assusta, não observa, não memoriza... a gente perde a curiosidade. Este exercício quase diário com o Miguelzinho me desperta para a importância de viver com atenção e curiosidade.
Esta é a lição número um.
Lição número dois: não é preciso comprar nada para fazer uma criança feliz... absolutamente nada. O que damos pra ele é um pouco do nosso tempo, atenção, carinho e cuidado. O que ele dá pra nós é uma aula de como ser feliz.
vovó Fernanda
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